
Investir no Brasil já foi uma tarefa bastante complicada e certamente cheia de detalhes. Além disso, era considerada uma opção apenas dos mais ricos. Hoje, no entanto, com o Tesouro Direto, qualquer pessoa consegue comprar e vender títulos públicos online, direto do seu computador ou celular.
De fato, desde a criação do Real, em 1994, e a posterior democratização dos investimentos através de plataformas eletrônicas, a vida do investidor brasileiro melhorou muito.
Nesse sentido, investir em renda fixa também é totalmente diferente do que já foi no passado. Naquela época, dependíamos muito dos bancos de varejo, por exemplo.
De acordo com o Tesouro Nacional, em março de 2022, os investidores compraram R$ 4,13 bilhões em março, enquanto os resgates atingiram R$ 2,02 bilhões. Dessa forma, houve emissão líquida de R$ 2,11 bilhões.
No mês, o total de investidores ativos no Tesouro Direto, aqueles que atualmente estão com saldo em aplicações no programa, teve um aumento de 37.993 investidores. Assim, chegou-se à marca de 1.900.778 pessoas, a maior da série histórica iniciada em 2002.
As aplicações de até R$ 1 mil representaram 58,43% das operações de investimento no mês. Os mais procurados foram: Tesouro Selic com 57,97% do total adquirido, seguido por Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, com participação de 31,50%. Enquanto os prefixados tiveram apenas 10,53% do total de títulos comprados.
Em resumo, o Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional. Desenvolvido em parceria com a B3, ele serve para vender títulos públicos federais para pessoas físicas de forma 100% online.
A saber, ele foi lançado em 2002, o programa surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos. Permitindo, então, aplicações a partir de aproximadamente R$ 30,00.
Sem dúvida, investir através do Tesouro Direto é muito interessante para diversificar a carteira conservadora. Afinal, existem diferentes tipos de títulos:
Além de acessível e de apresentar muitas opções de investimento, o Tesouro Direto oferece boa rentabilidade e liquidez diária. Além disso, ele é a alternativa de investimento de menor risco do mercado.
A escolha entre os diferentes tipos de títulos públicos deve se dar de acordo com seus objetivos e perfil de investimento.
Alguns aspectos importantes na escolha de um título e definição da carteira, por exemplo:
A saber, todo o investimento acontece 100% online. Podem ser feitos através de plataformas de negociação, como corretoras (agentes de custódia), ou no aplicativo oficial do Tesouro Direto.
Vamos conhecer um pouco melhor as possibilidades e diferentes títulos ofertados no Tesouro Direto?
Os títulos Tesouro Selic são títulos pós-fixados que possuem rentabilidade atrelada à Taxa Selic.
Em resumo, a Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia. Desse modo, esse é o investimento ideal para quem quer começar a investir no Tesouro Direto.
Vantagens do Tesouro Selic:
A rentabilidade desse título está atrelada à inflação. E ela é medida pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Ou seja, os títulos do Tesouro IPCA oferecem rendimento igual à variação da inflação mais uma taxa prefixada de juros.
Vantagens do Tesouro IPCA:
Os títulos prefixados são aqueles que têm taxa de juros fixa, ou seja, você já conhece no momento do investimento.
Em outras palavras, esse é o investimento ideal para quem quer saber exatamente o valor que receberá ao final da aplicação, no vencimento do título.
Vantagens do Tesouro Prefixado:
Você pode investir nos títulos pré ou pós-fixados de maneira a compor sua renda, e isso é possível com os juros semestrais.
Assim, duas vezes por ano serão pagos os chamados cupons, ou juros do investimento até aquele período.
Dessa forma, você passa a ter entrada de receita a partir do montante investido desde os primeiros aportes.
O Tesouro Direto é um tipo de investimento de renda fixa. Em outras palavras, neste investimento, você sabe desde o momento da aplicação as condições de rendimento do seu dinheiro.
No entanto, você não sabe, necessariamente, a rentabilidade final.
Por exemplo, para o Tesouro Selic, você sabe que o seu rendimento será dado pela taxa Selic. Mas, não sabe exatamente esta taxa, que varia durante o ano.
Entre a data de investimento e a de resgate, o preço do título varia de acordo com as condições do mercado e das taxas de juros.
No Tesouro Direto, existem basicamente duas taxas, uma da instituição financeira e outra da Bolsa (B3).
Desde o dia 1º de janeiro de 2022, o investidor tem um custo menor para manter o dinheiro no Tesouro Direto. A taxa de custódia cobrada pela B3 caiu de 0,25% para 0,20% do valor dos papéis.
Além disso, desde agosto de 2020, o título Tesouro Selic passou a ser isento da taxa de custódia até o estoque de R$10 mil.
Ou seja, a taxa de custódia só é cobrada sobre os valores que excedem o estoque de R$10 mil por investidor (CPF).
Já a taxa cobrada pela instituição financeira é livre e deve estar clara para o investidor que desejar operar através dela.
O Tesouro Direto disponibiliza em seu site um ranking com as taxas cobradas em cada Instituição.
A taxa pode ser anual, o que é mais comum, ou por operação. De acordo com o site do Tesouro Direto, a cobrança ocorre da seguinte forma:
A saber, o Tesouro Direto não tem nenhum tipo de taxa de performance.
O valor do título no seu extrato já considera essas variações da taxa de juros.
O título é atualizado de acordo com o preço que ele é negociado no mercado naquele momento. Isso é o que chamamos de marcação a mercado.
Se há queda nos preços negociados no mercado, o seu saldo cairá. E se houver valorização do título, o seu saldo aumentará.
Essa é a mesma mecânica dos fundos de investimento. Eles fazem a marcação a mercado de seus ativos com base em recomendação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Mas uma coisa nunca muda: se você mantiver seus títulos até a sua data de vencimento, receberá o valor correspondente à rentabilidade acordada na hora em que aplicou.
Já no caso de resgate antecipado, o Tesouro Nacional recompra o título pelo seu valor de mercado.
Com isso, o retorno da aplicação poderá ser diferente do acordado no momento da compra. Vai depender do preço do título no momento em que você quiser resgatar.
Investir no Tesouro Direto é bem simples. Confira as orientações oficiais emitidas pelo Tesouro Nacional neste sentido:
Para adquirir títulos públicos no Tesouro Direto, você precisa ter uma conta em alguma Instituição Financeira habilitada, seja um banco ou uma corretora.
Entre em contato com a Instituição escolhida e forneça as informações e os documentos solicitados.
Hoje, você nem precisa sair de casa para isso, a maioria das corretoras faz esse processo totalmente online!
Com a conta feita, você receberá uma senha provisória enviada pela B3 para o e-mail informado. No primeiro acesso, o sistema vai pedir uma nova senha.
Essa senha permite o acesso à área exclusiva do site do Tesouro Direto, no qual são realizadas as operações de investimento e resgate, assim como consultas a saldos, extratos e etc.
Se quiser alterar suas informações cadastrais, você precisa pedir a alteração para sua Instituição Financeira e apresentar a documentação solicitada.
O endereço de e-mail e a senha podem ser alterados por você mesmo, diretamente na plataforma do Tesouro Direto.
Dependendo da política do seu banco ou corretora, os investimentos só poderão ser feitos em seus respectivos sites, mas o acesso à área exclusiva do site do Tesouro Direto continua disponível para consultas complementares.
Você pode simular investimentos no Tesouro Direto com facilidade através do site do Tesouro Direto. Vejamos alguns exemplos.
Ao investir R$ 1.000 de uma vez no Tesouro Selic 2024, mais aportes mensais de R$ 200, a situação ficaria assim:
Ao investir R$ 50 mil de uma vez no Tesouro Selic 2024, mais aportes mensais de R$ 500, a situação ficaria assim:
Os impostos cobrados para o Tesouro Direto são os mesmos que incidem sobre as operações de renda fixa. Ou seja, são os mesmos dos fundos de investimento e CDBs. A saber:
O Imposto de Renda segue a seguinte tabela:
Há incidência de impostos sobre os rendimentos financeiros obtidos no resgate antecipado. E também sobre o pagamento de cupom de juros e o vencimento dos títulos.
Não é tão simples afirmar que um é melhor que o outro. É importante compreender que os produtos de investimento devem ser complementares.
Por que não aproveitar um CDB que paga 110% do CDI, por exemplo, se podemos aceitar o prazo de carência e ter a garantia do Fundo de Garantidor de Crédito (FGC)?
Ao mesmo tempo, você pode (deve) criar sua reserva de emergência começando com Tesouro Selic.
Eu acho perda de tempo discutir o que é melhor ou pior, porque acho que devemos ser capazes de diversificar. Faz sentido pra você?
Os investimentos em renda fixa sempre farão sentido dentro de uma carteira diversificada. Principalmente porque precisam compor a reserva de emergência.
Portanto, sim, o Tesouro Direto deve ser uma aplicação considerada atualmente e em qualquer momento da vida do investidor.
A questão é muito mais a diversificação do que a escolha ou não de um investimento específico em detrimento de outro.
O Tesouro Direto é, sem dúvida, um programa muito bem-vindo e que precisa se popularizar cada vez mais. Tanto que o número de investidores cadastrados ao final de dezembro de 2021 atingiu 16.299.139. E o de investidores ativos (ou seja, com investimento no momento) chegou a 1.814.127.
Trata-se de uma política pública de educação financeira. Ela dá acesso a produtos de investimento de excelente qualidade a custos muito baixos.
Como primeiro investimento ou parte de uma carteira bem diversificada, o Tesouro Direto deve sempre fazer parte do “cardápio” do investidor inteligente.